Como esperado, Copom eleva taxa Selic para 13,25% ao ano

Alta da taxa em um ponto percentual se repetirá na reunião de março

Por

Por Marcello Sigwalt

"Compatível com a estratégia de convergência da inflação para ao redor da meta, ao longo do horizonte relevante" e "sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das 'flutuações do nível de atividade econômico e fomento do pleno emprego".

Mediante essas justificativas sobre o front doméstico, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central (BC) decidiu, por unanimidade, elevar em 1 ponto percentual, para 13,25% ao ano, a Selic (taxa básica de juros), mas já antecipou nova elevação, de mesma magnitude, na próxima reunião, nos dias 18 e 19 de março próximos.

Sem mencionar o guidance (tendência) para a Selic no curto e médio prazos, o comitê, porém, acentuou que "a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos".

Ao ressaltar que "acompanha, com atenção, como os desenvolvimentos da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros", o Copom reconheceu o 'dinamismo da atividade econômica e do mercado de trabalho', fazendo menção ao avanço das expectativas de inflação para 2025 e 2026, que atingiram 5,5% e 4,2%, respectivamente, segundo o Focus.

No balanço de riscos, o Copom destacou: desancoragem prolongada das expectativas de inflação; resiliência na inflação de serviços do que a projetada, por um hiato do produto mais positivo; conjunção de políticas econômicas externa e interna com impacto inflacionário maior que o previsto, devido a um câmbio 'persistentemente' depreciado.