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Bolsa amarga a 3ª queda consecutiva

O Ibovespa se firmou em baixa e emendou a terceira perda diária nesta abertura de semana, cedendo a linha dos 124 mil na reta final. Na maior parte do dia, o índice da B3 operava colado à estabilidade, mostrando variação de apenas 675 pontos entre a mínima e a máxima, quando veio a piora em direção ao fechamento. Ao fim, marcava 123.560,06 pontos, em queda de 0,84%, no menor nível desde 26 de junho, então abaixo dos 123 mil. Na mínima de hoje, tocou os 123.495,17 pontos (-0,90%), saindo de máxima a 124.955,95 e de abertura a 124.609,81. O giro ficou em R$ 22,8 bilhões. No mês, o Ibovespa cai 1,68% e, no ano, cede 7,92%.

A segunda-feira foi de continuidade na pressão sobre o câmbio e, também, de avanço da curva de juros doméstica. Na máxima de hoje, o dólar à vista foi negociado perto de R$ 6,10, mesmo com a oferta da moeda americana em leilões realizados pelo Banco Central. Ao fim, o dólar à vista marcava alta de 1,03%, a R$ 6,0934.

A principal ação do Ibovespa, Vale ON, era a fiadora da estabilidade do índice na sessão, negativa para os grandes bancos, com perdas até 1,90%, e também para Petrobras (ON -0,97%, PN -0,42%). Vale ON perdeu força em direção ao fim da tarde e mostrava leve baixa de 0,05% no fim, alinhando-se os demais pesos-pesados do índice.

Na ponta ganhadora do Ibovespa, destaque absoluto para a estreante do dia, Automob, que mostrava nada menos de 180,09% de apreciação no fechamento, bem positivo também para Pão de Açúcar ( 15,61%) e, em menor medida, para Minerva ( 5,58%). No lado oposto, Vamos (-8,45%), Assai (-6,09%) e Magazine Luiza (-5,37%).

"Mais um dia difícil, com muita incerteza fiscal ainda no radar. O recesso parlamentar começa na próxima semana e o calendário é muito apertado para que se aprove o pacote de cortes de gastos, que envolve até PEC. Tem o Orçamento para 2025 e regulamentação da reforma tributária, também, em momento em que o presidente Lula ainda está em recuperação da cirurgia. Dominância fiscal é possível: o governo está se colocando nessa situação, de beco sem saída", diz Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.