Morgan Stanley rebaixa o Brasil para 'underwheight

Para o megabanco, país tem 'exposição abaixo da média do mercado'

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Por Marcello Sigwalt

'Fazendo coro' às recorrentes queixas do mercado à condução da gestão econômica petista, o maior banco do planeta Morgan Stanley anunciou o rebaixamento do Brasil para underweight (exposição abaixo da média do mercado, equivalente à venda) na região da América Latina, sob o argumento de que 'os elevados riscos fiscais' do país superam a atratividade de seus papéis.

Na visão do Morgan, governo e mercado de capitais caminham para a beira de um impasse, face ao crescente endividamento público, que pressiona as taxas de juros para cima, o que torna a renda fixa mais atraente, mas, ao mesmo tempo, sufoca o crescimento do mercado acionário.

Em relatório publicado, nesse domingo (17), o banco ianque acentua que "o financiamento do governo está sugando o oxigênio do mercado local de renda variável. Com juros de longo prazo entre 12% e 14% ao ano, os investidores [de renda fixa] duplicarão o seu dinheiro dentro de um intervalo de 6 a 7 anos. As ações locais não conseguem competir com isso".

Dando o tom da situação alarmante, o banco acentua que "o Brasil permanece em um impasse fiscal que provavelmente necessitará de um ponto de virada", acrescentando que 'a capacidade de o governo brasileiro convencer os mercados sobre as metas fiscais é chave para manter a confiança de investidores domésticos e internacionais no País'.

Enquanto a magnitude do ajuste é desconhecido, cresceu a expectativa do mercado, nas últimas semanas, em que pese os seguidos adiamentos do anúncio de cortes de gastos, por parte do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que prometeu fazê-lo após a Cúpula do G20, mas não o fez. O mercado conta que o Executivo faça um corte no montante de R$ 70 bilhões nos próximos dois anos.