Por Marcello Sigwalt
A adoção de uma série de medidas de governança e transparência, nos últimos dois anos, valeu ao Banco Master o reconhecimento do grau de investimento - a nota de longo prazo foi elevada, em outubro, de BBB (bra) para A-(bra) - pela agência de classificação de risco Fitch, ao colocar o banco em 'patamar equivalente' ao de grandes instituições financeiras brasileiras. O efeito imediato de tal distinção é a conquista de um perfil mais 'atraente' para receber recursos de grandes fundos estrangeiros.
A avaliação positiva da Fitch foi motivada por investimentos realizados pelo Master, sobretudo, em estruturas de compliance e gestão de riscos, a exemplo a criação do conselho consultivo, formado por um elenco de 'notáveis' do mercado financeiro, com destaque para os ex-presidentes do Banco Central Henrique Meirelles e Gustavo Loyolla e o ex-diretor do BC Geraldo Magella.
Outra medida relevante foi a criação, neste ano, do Comitê de Auditoria, sob coordenação do CEO da Global Atlantic Partners LLC - empresa com sede em Boston (EUA) - Erich Schumann, também é professor-adjunto da Brandeis University, que atua no campo de governança e ética. Alemão, Schumann trabalhou no Banco de Boston, ao lado de Henrique Meirelles, na década de 1990, no Brasil e em Nova York.
Ao abordar a composição do mercado financeiro nacional, Schumann avalia que "o sistema financeiro brasileiro tem seus desafios, com um alto nível de concentração de mercado nas mãos de 4 ou 5 instituições", e que "isso é complicado porque os bancos que têm poder não querem abrir mão dele. Mas o que gosto no Brasil é que existe muita criatividade".