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Corte adiado fomenta avanço de futuros

Pressionados pela reprecificação dos ativos no exterior, à medida que o mercado atribui aos preços, eventuais impactos das políticas fiscais, imigratórias e tarifárias do novo governo dos EUA, sob Trump, aliado à perspectiva de mais aperto monetário, considerando o tom da ata do Copom (Comitê de Política Monetária) - sem contar o clima de crescente desconfiança ante o adiado anúncio de corte de gastos pelo governo - os juros futuros exibiram forte alta na sessão dessa terça-feira (12).

Ao fim da sessão, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento para janeiro de 2026 registrou avanço de 13,16%, do ajuste anterior, para 13,185%; a do DI de janeiro de 2027 subiu de 13,245% a 13,345%; a do DI de janeiro de 2029 teve alta de 13,03% para 13,165% e a do DI de janeiro de 2031 foi de 12,855% a 13,01%. Ao mesmo tempo, no fim da tarde, a taxa da T-note americana de dois anos passava de 4,264% a 4,353%, enquanto a do título do Tesouro dos Estados Unidos de dez anos crescia de 4,31% para 4,432%.

Enquanto que no front externo, o destaque foi o 'salto' dos rendimentos dos Treasuries ianques de longo prazo, em decorrência do chamado 'Trump trade', de valorização do dólar, tende a penalizar economias emergentes, como a tupiniquim, no ambiente interno, a falta de orientação futura (forward guidance) abriu margem para subir a Selic.

Para o economista-chefe da Asset1, Luis Cezario, "minha interpretação é que, se o pacote fiscal não for suficientemente robusto para reverter essa piora das expectativas e do prêmio de risco, [o Copom] vai ter que acelerar na próxima reunião".