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Chamada BNDES/Finep soma R$ 167 bi

Por Marcello Sigwalt

Se esses investimentos avançarem com o apoio da Finep e do BNDES, o Brasil poderá se posicionar como líder global na redução de emissões de gases poluentes, tanto pela capacidade produtiva quanto pela liderança tecnológica. A previsão é do presidente da Finep, Celso Pansera, ao se referir à chamada pública realizada, de forma conjunta, pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos, com potencial de investimentos de R$ 167 bilhões, para criar biorrefinarias que vão fabricar combustíveis para aviação e navegação,

Entre as propostas apresentadas, 43 se referem a combustíveis de aviação, totalizando R$ 120 bilhões. Outras 33 são voltadas em combustíveis marítimos, envolvendo R$ 47 bilhões. Ambas as iniciativas visam fortalecer a posição brasileira na produção de energia renovável, para atender às metas da Lei do Combustível do Futuro. A iniciativa atende, tanto ao mercado interno, quanto o externo, tendo em vista a crescente demanda global por soluções de baixo carbono.

Ao salientar que o país não será apenas produtor, o presidente da Finep, Celso Pansera explica que "há intenções concretas de desenvolver tecnologias para atender à demanda global por combustíveis sustentáveis, algo que apoiamos há décadas", afirmou.

Mediante a possibilidade de exportação de combustíveis renováveis, o país poderá, inclusive, se consolidar como um dos principais produtores de SAF (Sustainable Aviation Fuel, ou Combustível Sustentável de Aviação) e biocombustíveis marítimos, com reflexo positivo sobre as metas globais de descarbonização e aumentando sua competitividade no setor energético.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante enfatizou "a qualidade das propostas recebidas demonstra que o Brasil tem todas as condições para se tornar líder global na produção de combustíveis sustentáveis para aviação e para a navegação". Segundo ele, biocombustíveis podem reduzir em até 94% as emissões de CO2, já que a aviação e a navegação respondem por 5% das emissões globais.