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Sem cortes, Bolsa volta a cair: -0,51%

Ainda à espera do anúncio do pacote de cortes de gastos do governo, o Ibovespa se firmou em baixa à tarde e flutuou ao sabor dos ruídos em torno do assunto, relativamente indiferente ao já precificado corte na taxa de juros do Federal Reserve, de 0,25 ponto porcentual, confirmado no comunicado do BC americano, divulgado às 16h. Na mínima do dia, aos 129.406,39 pontos, o índice da B3 reagia mal ao relato de que o pacote envolveria duas medidas - uma de R$ 10 bilhões, que não atingiria a área social - e outra de R$ 15 bilhões - com impacto sobre áreas como Saúde, Desenvolvimento Social e Transportes.

O mercado aguarda iniciativas de contenção de gastos que cheguem a uma faixa superior de corte, de forma que o relato sobre um ajuste mais modesto foi recebido com desconfiança, impactando os preços dos ativos brasileiros. Contudo, após o Ministério da Fazenda vir a público, por meio de nota, desmentir a informação de que aqueles valores estivessem à mesa, o Ibovespa chegou a se estabilizar em patamar um pouco mais alto, ma a falta de definição continua.

Assim, no fechamento, o índice da B3 mostrava perda de 0,51%, aos 129.681,70 pontos, tendo chegado na máxima do dia aos 131.319,41 pontos, saindo de abertura aos 130.341,42 pontos. O giro financeiro foi a R$ 24,9 bilhões na sessão. Na semana, o Ibovespa avança 1,22%, mas cede 0,02% em novembro. No ano, cai 3,36%.

"O mercado abriu com Bolsa em alta e dólar em leve baixa, reagindo bem ao aumento da Selic, de meio ponto porcentual, em linha com o esperado. Falta de definição sobre o pacote de gastos do governo ainda traz incerteza e volatilidade, algo que deve persistir até que seja anunciado", diz Pedro Caldeira, sócio da One Investimentos, para quem o mercado deve adotar um viés mais "neutro" até que surjam as aguardadas definições.

No comunicado da véspera, sobre a elevação da taxa de juros de referência do Brasil, de 10,75% para 11,25% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom), embora não tenha indicado a acentuação do ritmo de alta da Selic, deixando a extensão e o grau de ajuste do ciclo em aberto.