Produção industrial reage e se estabiliza no mês de agosto

Por Marcello Sigwalt

Estabilidade, mas com viés de recuperação. Assim pode ser descrita a trajetória da produção industrial tupiniquim que, após recuar 1,4% em julho, passou a ser positiva em 0,1%, em agosto. O resultado fez com que o setor se situasse 1,5% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020), mas, em contrapartida, este continua 15,4$ aquém do recorde de maio de 2011. Considerando o acumulado do ano, o indicador é positivo em 3%, enquanto em 12 meses, a expansão é de 2,4%, apontam dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM - Brasil), divulgada nessa terça-feira (2), pelo IBGE (Instituto Brasileiro Geografia e Estatística).

Na avaliação do gerente da PIM Brasil, André Macedo "a despeito de ser um resultado muito próximo da estabilidade, o índice de 0,1% desse mês fez com que o setor industrial voltasse ao campo positivo após registrar queda de 1,4% no mês anterior. Quando analisamos os últimos três meses, o saldo da produção industrial é positivo, já que o total da indústria cresceu 4,4% em junho. Esse movimento também fica evidenciado quando observamos o índice de média móvel trimestral, que permanece com uma trajetória ascendente desde meados de 2023".

Persistem alguns resultados negativos em agosto, em que 18 dos 25 ramos industriais registraram recuo na produção. Pelo lado positivo, a maior contribuição veio das indústrias extrativas, que subiram 1,1%, após forte baixa de 2,2% na passagem de julho para agosto, o que interrompeu dois meses seguidos de expansão na produção, acumulada em 5,8%. Também positivos os setores de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (3,6%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (4,0%) e de produtos químicos (0,7%).

"No mês anterior, tanto o petróleo quanto o minério de ferro mostraram queda e o resultado de agosto representa uma volta ao campo positivo", acentuou Macedo.