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Mercado espera alta forte da Selic

Como primeira repercussão à disparada do IPCA-15 (a prévia da inflação), de 0,54% em outubro, muito acima da alta de 0,13%, de setembro, foi reforçada a expectativa do mercado financeiro de que, na próxima reunião - nos dias 5 e 6 de novembro - o Comitê de Política Monetária (Copom) elevará em 0,50 ponto percentual (p.p.) a taxa básica de juros (Selic), que subiria de 10,75% ao ano (a.a.) para 11,25% a.a..

O aumento súbito do indicador - que trouxe uma aura de pessimismo à perspectiva monetária - reforçou a percepção de que, sem o 'alívio' do setor de serviços, o ciclo de altas deverá ser mantido. Dentro dessa visão, economista do C6 Bank , Claudia Moreno, comenta que "o resultado de outubro é reflexo, principalmente, do aumento dos preços da energia elétrica (5,06%) e da alimentação no domicílio (0,83%). No caso da energia elétrica, a pressão decorre da vigência da bandeira tarifária vermelha 2 em outubro".

Ao mesmo tempo, Claudia avalia que "a alimentação no domicílio, que vinha de três meses de deflação, voltou a subir puxada por componentes sazonais potencializados pela seca que compromete o pasto e a alimentação do gado. Com base essa análise, a economista do C6 Bank é de que o Copom "precisará seguir com o ciclo de alta da Selic nas próximas decisões". A expectativa é de elevações de 0,50 p.p. em novembro e dezembro.

Ao admitir que a projeção da Necton Investimentos era 'mais pessimista', o analista Gustavo Gonzaga, observa que "um dos núcleos mais relevantes para a política monetária, o de serviços subjacentes, acelerou fortemente na margem (0,59%)". (M.S.)