Por:

'Prévia da inflação' dispara e encosta no teto da meta

Elevação de 5,29% da energia elétrico pesou muito na arrancada do índice em outubro | Foto: Divulgação/ Copel

Por Marcello Sigwalt

Em alinhamento à subida, gradual, mas firme das projeções do mercado financeiro para o IPCA, o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) - prévia da inflação - divulgado, nessa quinta-feira (24) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), exibiu forte aceleração este mês, ao subir 0,54%, quase o quíntuplo da variação de 0,13%, de setembro.

Com esse resultado, o indicador acumula alta de 3,71% no ano e de 4,47% nos últimos 12 meses, muito próximo, da projeção de 4,5%, do boletim Focus - consulta semanal do Banco Central (BC) às 100 maiores instituições financeiras nacionais - bem como do teto da meta de inflação (4,5%) estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Para tal disparada, a maior contribuição veio do grupo Habitação, que variou 1,72% no comparativo mensal, o que corresponde a um peso de 0,26 ponto percentual no índice geral, enquanto que, em setembro, o avanço não passou de 0,50%. Sinalizador da tendência altista, com exceção de Transportes, cujos preços recuaram 0,33%, oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta no mês de outubro. Juntamente com as elevações dos grupos Alimentação e bebidas (0,87% e 0,18 p.p.) e Saúde e cuidados pessoais (0,49% e 0,07 p.p.), a Habitação forma o trio da carestia no mês de outubro.

Como fator primário da variação expressiva da Habitação, o estudo aponta a majoração de 5,29% nos preços da energia elétrica residencial, subitem responsável pelo maior impacto no IPCA-15 de outubro (0,21 p.p.), a reboque da entrada em vigor da bandeira tarifária vermelha patamar dois, a partir de 1º de outubro, com reflexo no subitem na passagem de setembro (0,84%) para outubro. A alta do gás de botijão (2,17% e 0,03 p.p.) também contribuiu positivamente para o resultado do grupo.