Por Marcello Sigwalt
Um dia após elevar, de 2,1%, no relatório de julho, para 3%, deste mês, a previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do país em 2024, o Monitor Fiscal do FMI (Fundo Monetário Internacional) piorou a projeção sobre o déficit primário e para a trajetória da dívida pública da economia tupiniquim nos próximos anos. Somente no ainda distante 2027 é que Pindorama poderá, quem sabe, atingir o decantado equilíbrio fiscal, mediante superávit primário.
Nos prognósticos do organismo, o país deve encerrar este ano com um déficit de 0,6% do PIB, pouco menor que o de 0,5% do PIB, anterior. Para 2025, tal déficit apresentou deterioração, ao passar de 0,3% do PIB, em abril, para 0,7% do PIB, enquanto que para 2026, o esperado déficit zero, mediante equilíbrio nas contas públicas, caiu para 0,6% do PIB. Pelo novo entendimento do Fundo, a situação fiscal, assim, só melhoraria em 2027.
Já a estimativa para a dívida bruta do país, igualmente, agravou-se, ao crescer de 86,7% do PIB para 87,6% do PIB, este ano, e de 89,3% do PIB para 92% do PIB. A 'toada' crescente do endividamento pátrio deve atingir 97,6% do PIB, em 2029, o que corresponde à uma alta de 3,7 pontos percentuais, ante à estimativa de abril último.
No que toca às economias emergentes, o Fundo admite que, pelo lado das receitas, há um potencial de aumento de impostos indiretos, otimização de isenções fiscais e a ampliação de bases tributárias. Pelo de despesas, o organismo entende ser preciso adotar esforços para otimizar folhas de pagamento, reduzir a fragmentação de programas de segurança social e eliminar subsídios a combustíveis.
O FMI avalia que "os governos precisam de planos fiscais sérios, estruturados dentro de quadros fiscais críveis e divulgados de forma clara, para reduzir a incerteza em relação à política fiscal".