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Expansão fiscal condena o avanço da economia em 2025

Por Marcello Sigwalt

Não fosse a política fiscal expansionista (leia-se, descontrole de despesas federais), o Brasil poderia estar 'surfando' em ondas mais altas (de crescimento econômico), mediante a retomada do ciclo de corte dos juros básicos (Selic), atualmente no patamar de 10,75% ao ano, enquanto outras economias emergentes estão reduzindo suas taxas.

É o que avalia a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, para quem a política de incentivos fiscais do Planalto vem 'patrocinando' o avanço da economia e a redução do desemprego, mas a um custo muito alto. Para ela, a fatura (custo econômico e social) não tarda, pois já deve chegar já em 2025.

Na 'ponta do lápis', enquanto projeta um avanço de 3% do PIB este ano, Camila prevê que este não deverá passar de 1,70% no próximo, em alinhamento à estimativa do boletim Focus, de 3,05% e 1,93%, para 2024 e 2025, respectivamente. Segundo a economista-chefe da Veedha, o 'tombo' da atividade no ano que vem decorre da necessidade de o Banco Central (BC) elevar a Selic, mesmo que o Fed (Federal Reserve, o bc ianque) aplica cortes nos juros daquele país.

A executiva explica que o aumento dos juros é uma premissa para o combate da inflação, devido à injeção de dinheiro público na economia.

Camila prevê que o BC aplicará duas altas de meio ponto percentual à Selic, em novembro e dezembro, e outra, de mesma 'dosagem', em janeiro próximo, levando a taxa a 12,25% ao ano.

Devido ao trio expansão fiscal-Selic alta-avanço do crédito, a economista espera 'esfriamento da economia' em 2025, com direito à elevação da inadimplência. Para ela, tal expansão tem servido para evitar a escalada inflacionária, sem convergência à meta.