Por Marcello Sigwalt
Enquanto a segunda metade do pleito municipal não se consuma - a 26 de outubro próximo - e o controle de despesas federais se mantém na base do discurso para 'inglês ver', a projeção do mercado financeiro para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o indicador oficial de inflação, se expande mais rapidamente, acirrando as 'apostas' quanto à magnitude da elevação dos juros básicos da economia (Selic), que mina o poder aquisitivo do cidadão-eleitor-contribuinte.
É o que se pode depreender da forte ampliação, de 4,39% para 4,50% da estimativa do IPCA para este ano, segundo o Boletim Focus - consulta semanal do Banco Central (BC) às 100 maiores instituições financeiras nacionais - divulgado nessa segunda-feira (21), o que configura a terceira semana seguida de alta. Para o próximo ano, a banca igualmente elevou o indicador, de 3,96% para 3.99%, ao passo que foram mantidos em 3,60% e 3,50%, os prognósticos para 2026 e 2027, respectivamente.
Enquanto a expectativa do mercado para a inflação avança rapidamente, o mesmo não acontece com o PIB, que segue em compasso lento, ao subir de 3,01% para 3,05%, ao passo que par 2025, esta foi mantida em 1,93% e em 2% para 2026 e 2027.
No que toca ao custo do dinheiro, a Selic (taxa básica de juros) para 2024 foi mantida em 11,75% ao ano, mas cresceu de 11% ao ano para 11,25% ao ano, para o ano que vem. Para 2026, esta permaneceu em 9,50% ao ano e em 9% ao ano para 2027.
Referência para qualidade das contas públicas, o resultado primário para 2024 estacionou em um déficit de 0,60% do PIB, pela sétima vez seguida, ao passo que para 2025, houve queda deste, de -0,73% do PIB para -0,70% do PIB. Para 2026, este baixou de -0,66% do PIB para -0,50% do PIB, mas foi mantido, pela quarta semana seguida, em -0,30% do PIB para 2027.