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Ajustes técnicos 'derrubam' futuros

Os juros futuros fecharam a sessão em baixa moderada, atribuída a uma correção técnica diante dos prêmios considerados esticados, que colocaram boa parte dos contratos longos perto dos 13% no fim da semana passada.

O movimento se deu na contramão da pressão do dólar, dos retornos dos Treasuries e da deterioração das medianas na pesquisa Focus.

Apesar dos níveis elevados terem atraído alguns ajustes, a preocupação com o quadro fiscal permanece como fator fundamental a limitar uma melhora consistente das taxas.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 encerrou em 12,66%, de 12,72% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2027 passou de 12,92% para 12,83%. O DI para janeiro de 2029 terminou com taxa de 12,88% (de 12,96%).

Com a agenda esvaziada e num dia sem novidades na seara fiscal, houve espaço para algum ajuste, mas nada que indique tendência para as próximas sessões, a não ser que finalmente haja algo concreto sobre a agenda da revisão de gastos. Mas os players não contam com isso no curto prazo, ao menos antes do segundo turno da eleição.

A equipe econômica deve se concentrar na construção jurídica das propostas a serem levadas ao presidente. O plano é deixar "tudo pronto" para o retorno do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que participa entre terça e quinta-feira em Washington das reuniões anuais do FMI e do Banco Mundial.

A Fazenda quer aproveitar a janela política aberta entre o fim do pleito municipal e a eleição dos novos presidentes no Congresso para avançar na agenda de corte de gastos.