Por Marcello Sigwalt
A estagnação da indústria e retração dos serviços estão entre os fatores determinantes da queda, pelo segundo mês consecutivo, do Monitor do PIB, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), que recuou 0,2% em agosto, ante o mês anterior. Se considerado o comparativo anual, a economia avançou 3,4% e cresceu 2,8%, nos últimos 12 meses, contados até agosto. Já no trimestre móvel encerrado em agosto, houve alta ainda mais expressiva, de 4,1%.
Na avaliação da coordenadora da pesquisa do indicador, Juliana Trece, "a queda da economia, pelo segundo mês consecutivo, é explicada pela estagnação da indústria e a retração dos serviços. Das três grandes atividades econômicas, apenas a agropecuária cresceu na comparação de agosto com julho".
Exportação tem 'tombo'
Pela ótica da demanda, prossegue Juliana, a maior parte dos componentes avançou, com exceção da exportação, que apurou 'tombo' de 2,5% em agosto. "Os menores níveis de exportação de produtos agropecuários e da extrativa ajudam a explicar essa retração", completou.
A coordenadora acrescenta que, em que pese o fato de que, pela ótica da demanda, a maior parte dos componentes tenha tido desempenho positivo, as exportações líquidas negativas superaram esse crescimento, o que redundou em uma contribuição 'relevante' para a queda do PIB em agosto.
No que toca ao trimestre móvel até agosto, no comparativo anual, o consumo das famílias exibiu elevação de 4,6%, em que o indicador apresentou crescimento em todas as suas categorias, em especial, os serviços, setor que mais contribuiu para a alta trimestral fechada em agosto.
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB), por sua vez, subiu 7,5% no trimestre até agosto, em comparação com o mesmo período de 2023.