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Mercado pressiona por PL do Carbono

O mercado brasileiro de créditos de carbono continua travado, aguardando a aprovação final de um Projeto de Lei que, em breve, completará dez anos de tramitação no Congresso.

Não há mais tempo a perder, dizem 59 empresários e executivos em um manifesto divulgado hoje. É o mesmo grupo que, em meio ao descontrole das queimadas, publicou o manifesto pelo 'pacto econômico com a natureza'.

"O passo crítico imediato, necessário para fortalecer a posição do Brasil no combate ao aquecimento global e seus efeitos, é a aprovação do PL do mercado de carbono," afirma o texto. "Trata-se de uma medida fundamental para estimular o desenvolvimento das tecnologias de baixo carbono, credenciar o Brasil a ocupar um papel mais relevante nas discussões globais que terão lugar na próxima COP29 e abrir novas oportunidades de geração de riquezas."

A repercussão do manifesto anterior incentivou os empresários a desdobrar a ação em favor do meio ambiente e fazer pressão política pela votação do PL.

"A única forma de a gente provocar a descarbonização global é precificando o carbono," Horacio Lafer Piva, o chairman da Klabin, disse ao Brazil Journal. "Se não precificarmos o carbono, nós não conseguiremos levar os atores econômicos a investir no processo de descarbonização."

Grandes empresas do setor agroindustrial já possuem milhões de créditos certificados prontos para serem negociados, mas, segundo os empresários e executivos, os preços atuais no mercado voluntário são ínfimos.

Para nascer, este mercado requer um arcabouço legal - que, no futuro, poderá permitir a negociação internacional dos créditos.

O Projeto de Lei 2.148/15, conhecido como PL do Carbono, foi aprovado pelos deputados em dezembro. Agora aguarda votação no Senado e depois terá que passar novamente na Câmara.

A ideia é que o estabelecimento de limites às emissões pressione pela redução da pegada de carbono e a compra de títulos para compensação, de modo a fazer com que, finalmente, o negócio avance no Brasil.