Por Marcello Sigwalt
Impulsionadas pelo recente aumento da produção, criação de empregos em ascensão e expansão das vendas, as condições do setor industrial apresentaram melhora expressiva em setembro, em que o PMI Industrial (Índice de gerentes de compras) do país subiu 53,2 pontos, divulgou, nessa terça-feira (1º), a consultoria internacional S&P Global.
A recuperação ganha maior significado, levando em conta que, em agosto, o patamar do PMI era de 50,4, o que determinou a leitura média do terceiro trimestre fosse a mais baixa do ano. Em que pese o avanço no indicador, persistem pressões crescentes sobre os fornecedores, mediante prazos de entrega se alongando ao máximo, no prazo de dois anos, enquanto as empresas intensificam a aquisição de insumos.
Ainda no que toca às pressões sobre os preços, considerando dados históricos, destaque para a elevação rápida dos custos dos insumos e dos preços dos bens finais, apresentando as taxas mais elevadas, em mais de dois anos.
A diretora associada de Economia da S&P Global Market Intelligence, Pollyanna de Lima, aponta a melhora acentuada das vendas como o fator determinante da recuperação no mês, com destaque para o setor de bens de capital. "A pressão maior sobre os custos observada na metade do trimestre persistiu no mês de setembro, impulsionada principalmente pela desvalorização cambial", acrescentou a diretora, em nota.
Para Pollyanna, a despeito de as empresas terem intensificado as compras de insumos, como antecipação a novos aumentos, "os benefícios da fragilidade da moeda, a maior competitividade internacional e o ligeiro crescimento das vendas para clientes estrangeiros podem não compensar totalmente o aumento dos custos".
