Os juros futuros terminaram ess segunda-feira (30), em alta, com avanço bem mais expressivo, antes o fechamento de agosto. A piora na percepção de risco fiscal, após dados do setor público consolidado acentuarem o temor da dominância fiscal, pressionava as taxas já pela manhã e o avanço ganhou força à tarde após o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, indicar redução no ritmo de corte de juros nas próximas reuniões se os dados econômicos não surpreenderem.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 encerrou em 11,005%, estável ante o ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2026 subiu de 12,27% para 12,32%. O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 12,39% (de 12,30% na sexta-feira) e a taxa do DI para janeiro de 2029 avançou para 12,49%, de 12,37%.
O principal estímulo ao acúmulo de prêmios ao longo do mês veio da piora da percepção sobre as contas públicas, hoje renovada pelo resultado do setor público em agosto. O déficit de R$ 21,4 bilhões ficou em linha com a mediana das estimativas (R$ 21 bilhões), mas a abertura do dado acentuou o temor de que o País possa entrar em dominância fiscal, na qual a política monetária perde sua eficácia em meio ao crescimento do endividamento público.
"O mercado está um pouco menos preocupado com o primário do arcabouço e mais preocupado com outras questões que passam por fora do arcabouço. Tem medo de que a dívida bruta do governo geral, também por conta da alta da taxa de juros, nos coloque numa situação bastante perigosa", afirma o diretor da Nomos Investimentos, Beto Saadia.