Juros avançando, inflação parando, mas persistem inconsistências no trato do Orçamento federal, assim como no que toca ao não cumprimento das metas de inflação por parte do Planalto. Tal conclusão alimenta preocupações entre economistas.
Um dos sintomas mais claros da má gestão fiscal está precificado no impacto na curva de juros futuros, encarecendo os investimentos, como reflexo das incertezas sobre o desempenho, imediato e futuro, das contas públicas.
Prova disso foi a tensão que marca o comportamento do mercado financeiro, já no início dessa semana, com direito à alta do dólar e 'tombo' da bolsa de valores.
Além das inconsistências orçamentárias, predominam expectativas excessivas de receitas extraordinárias, aliada à subestimação de gastos previdenciários e, até mesmo, receios sobre o retorno de manobras contábeis têm fomentado os debates.
Contabilidade 'criativa' à parte, o mercado avalia que o bloqueio de R$ 2,1 bilhões, com a reversão de contingenciamento, liberando ao todo R$ 1,7 bilhão para gastos, pode acentuar a dúvida de que a meta de zerar o rombo fiscal este ano seja, de fato, atingida.
Em análise direta, para a XP, o relatório bimestral de inflação do governo indica que a meta fiscal deste ano não será cumprida. Também preocupam questões, como o 'ímpeto' monolítico da equipe econômica de elevar impostos como única forma de reequilibrar as contas, mas inversamente, o Executivo resiste em promover cortes de gastos estruturais. Isso sem contar a autorização para realização de gastos fora da meta fiscal, por conta de exceções.