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Focus: IPCA interrompe um ciclo de alta de dez semanas

Por Marcello Sigwalt

Talvez como reflexo da pressão objetiva exercida pelo avanço da Selic (taxa básica de juros), agora alçada a 10,75% ao ano, o boletim Focus - consulta semanal do Banco Central (BC) às 100 maiores instituições financeiras nacionais - manteve em 4,37% a projeção do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) para este ano, interrompendo um ciclo incessante de dez altas seguidas do indicador.

Para o ano que vem, a estimativa de inflação, igualmente continuou nos 3,97% anteriores, mas caiu de 3,62% para 3,60%, em relação a 2026. Para 2027, a previsão estacionou nos mesmos 3,50% das últimas 65 semanas.

No que toca ao custo do dinheiro, a 'banca' elevou, de 11,50% ao ano para 11,75% ao ano, seu prognóstico para a Selic, enquanto elevou a taxa, de 10,50% ao ano para 10,75% ao ano.

Quanto ao desempenho da economia, o mercado financeiro manteve a expectativa anterior, de uma expansão de 3% este ano (suspendendo uma escalada de seis semanas seguidas de alta), mas subiu moderadamente aquela para 2025, de 1,90% para 1,92%. Estacionária nos mesmos 2% das últimas semanas, ficou a 'aposta' para 2026, o mesmo valendo para os 2% de 2027, nas 62 semanas anteriores.

Já para o resultado primário - que serve de referência de qualidade (ou não) das contas públicas - foi mantida, pela quarta semana seguida, a previsão de um déficit de 0,60% do PIB, ao passo que a estimativa para 2025 avançou, passando de -0,74% do PIB para -0,73% do PIB.

Para o ano seguinte, a projeção recuou de -0,69% do PIB para -0,67% do PIB.