Pela 1ª vez, em mais de dois anos, Copom eleva a Selic

Por unanimidade, colegiado elevou taxa para 10,75% ao ano

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Por Marcello Sigwalt

Depois de encerrar, em junho último, o ciclo de cortes dos juros básicos, iniciado em agosto do ano passado, em decisão unânime, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom-BC) elevou em 0,25 ponto percentual (p.p.), a Selic (taxa básica de juros), nessa quarta-feira (18), que passou de 10,50% ao ano para 10,75% ao ano, como esperado pelo mercado, desde a véspera (17). O último aumento havia sido efetuado em 3 de agosto de 2022.

A elevação da Selic deixa para trás, em definitivo, as 'bravatas verbais' do mandatário do país, quando este vociferava contra a política monetária que, a pretexto de conter a escalada dos preços, demandava a alta dos juros, agora uma necessidade imperiosa, sob pena de se perder a estabilidade econômica. Como está prestes a ratificar o atual diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, no comando da autoridade monetária, talvez por conveniência, o Planalto deverá silenciar a respeito de novas altas da taxa, já prenunciadas pelo colegiado, em seu comunicado dessa quarta (18).

Nele, o comitê acentua que "o ritmo de ajustes futuros na taxa de juros e a magnitude total do ciclo ora iniciado serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerão da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos".

Enfatizando, como em comunicados anteriores, sua preocupação com a questão fiscal, o Copom "reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária", acentua a nota do comitê.