Por Marcello Sigwalt
Consumidores de energia, preparai-vos! A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou, na última sexta-feira (27), nova elevação da bandeira tarifária vermelha, agora no patamar 2, o que deverá encarecer, ainda mais, as contas de luz. Este patamar é o mais alto, desde abril de 2022, quando predominava o cenário severo de 'escassez hídrica'.
Em decorrência da decisão da agência, a conta de luz, já em outubro, passará a ter cobrança extra de R$ 7,87 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, bem superior ao acréscimo sob a bandeira vermelha 1, que já implicava um adicional de R$ 4,46 a cada 100 kWh.
Como fatores determinantes do agravamento fiscal energético sobre o cidadão, a Aneel apontou o risco hidrológico e o aumento do chamado Preço de Liquidação de Diferenças (PLD), que vem a ser cálculo do valor da energia elétrica, a ser produzida em determinado período. O entendimento é que, tanto as previsões de baixa afluência (chuvas) para os reservatórios das hidrelétricas, quanto a elevação do preço do mercado de energia elétrica, ao longo do mês de outubro, redundaram nesse aumento do PLD. A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) estima que o PLD de outubro deveria superar os R$ 500 por megawatt-hora (Mwh).
A escalada da bandeira tarifária recente interrompe a sequência de bandeiras verdes (isenção total), iniciada em abril de 2022, passando a amarela em julho, voltou à verde, em agosto, até passar a vermelha patamar 1, em setembro corrente.
Analistas dão como certo que o acionamento da bandeira tarifária vermelha patamar 2 implicará impacto direto sobre os índices de inflação, mas com projeções variáveis.
Para a CM Capital, a bandeira vermelha patamar 2 deverá ter impacto de 0,45 ponto porcentual sobre o IPCA, enquanto que para o economista da Terra Investimentos, Homero Guizzo, a medida deve impor um ônus adicional de 0,21 ponto percentual à inflação oficial, levando em conta o adiamento, de novembro para dezembro, do retorno da bandeira vermelha ao patamar 1.