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"Sem cortes, meta fiscal de 2025 não será cumprida

Por Marcello Sigwalt

"Sem cortes de gastos, o governo federal não vai conseguir cumprir a meta fiscal de 2025". É o que decretou o ex-secretário da Fazenda do Ceará e hoje deputado federal (PDT-CE), Mauro Benevides Filho (filho do ex-presidente da Câmara dos Deputados, de mesmo nome, já falecido), para quem, o superávit primário, embora importante, requer que se estabeleça uma meta para o gasto com juros, um dos principais fatores para o crescimento explosiva da dívida pública, que superou a barreira de R$ 7 trilhões, em julho deste ano.

A afirmação de Benevides Filho ganha mais relevância porque vai na contramão da mentalidade perdulária da esquerda, mesmo este tendo sido responsável pelas finanças cearenses na gestão do governador petista, Camilo Santana, atual ministro da Educação. Na ocasião, o então secretário se notabilizou por colocar as contas estaduais em ordem, além de 'alavancar' o investimento público pelo estado.

Ao pregar a necessidade de o governo Lula manter o rigor fiscal, Benevides Filho calcula que o gasto do Executivo, somente com o pagamento de juros, deve exceder este ano a R$ 900 bilhões, o que impede a estabilização do crescimento da dívida público, mesmo com superávit primário. Para ele, a gestão fiscal demanda "maior transparência" em relação à despesa financeira, além de uma discussão técnica séria e isenta de 'bravatas políticas', quanto à fixação de um limite para os gastos com juros.

O pedetista critica a 'ressuscitação' da 'contabilidade criativa' pela atual gestão, sob a alegação de que a 'gastança' lulista não se confirma pelos números do Planalto e que a 'meta fiscal deste ano será respeitada'.