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Mercado prevê que Copom elevará Selic em 0,25 p.p.

Por Marcello Sigwalt

Após o abandono completo do processo de cortes dos juros básicos, por conta do avanço 'impetuoso' dos índices inflacionários, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom-BC) deverá retomar um novo ciclo de 'aperto monetário', mediante a elevação, em 0,25 ponto percentual, da Selic, que passaria dos atuais 10,50% ao ano para 10,75% ao ano, ao cabo da reunião de dois dias, finalizada nessa quarta-feira (18), pelo colegiado. Essa é a expectativa de 53 das 61 instituições financeiras consultadas pelo Projeções Broadcast, serviço de informações financeiras do Estadão.

Mediante uma reunião incomum - com a presença de 'dois' presidentes, ao mesmo tempo -o comitê deverá elevar a Selic, ante evidências incontestáveis de 'descolamento' das expectativas de inflação em relação à meta. Pela projeção dessa semana do boletim Focus - consulta às 100 maiores instituições financeiras nacionais - a inflação 'tupiniquim' deve chegar ao final de 2024 em 4,35%, o que significa um patamar 0,15 ponto percentual (p.p.) menor do que o teto da meta de inflação, fixado em 4,5%, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), e cada mais distanciado de seu centro, de 3%. O mais sério aqui é que o indicador inflacionário segue firme em ascensão.

Outro agravante da conjuntura econômica será a desconfiança crescente do mercado com relação à questão fiscal que, se de um lado contribuiu para 'turbinar' a performance positiva do PIB (Produto Interno Bruto) no segundo trimestre do ano (2T24), também estaria reduzindo a eficiência da política monetária.

Na última segunda-feira (16), o Focu previu uma Selic de 11,25% ao ano no fim deste ano, além de esta passar de 10,25% ao ano para 10,50% ao ano, no encerramento de 2025.