O dólar fechou em forte alta de 1,32% nesta terça-feira (10), a R$ 5,653, com investidores repercutindo os possíveis impactos na trajetória dos juros brasileiros após os dados do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), indicador oficial da inflação do país.
A moeda ainda se valorizou globalmente em sinal de cautela dos investidores, em meio à queda de commodities no exterior e antes da divulgação de dados de inflação dos Estados Unidos.
Já a Bolsa perdeu 0,30%, aos 134.319 pontos, em pregão embalado pela queda dos papéis da Petrobras e da Vale.
Os preços ao consumidor tiveram queda (deflação) de 0,02% em agosto, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A expectativa do mercado era de leve variação positiva de 0,01%, de acordo com a agência Bloomberg.
É a primeira redução na inflação desde junho de 2023, quando a baixa havia sido de 0,08%. Segundo o IBGE, o novo resultado foi influenciado pelas quedas dos preços da energia elétrica residencial e de alimentos.
Com os dados de agosto, o IPCA passou a registrar uma inflação menor, de 4,24%, no acumulado de 12 meses. É uma desaceleração ante a taxa de 4,5% até julho.
O resultado vem em um momento de grande atenção sobre os próximos passos do BC (Banco Central) em relação à taxa básica de juros do Brasil, a Selic, atualmente em 10,50% ao ano.
Desde a reunião do Copom em julho, dirigentes da autoridade monetária têm reiterado que um novo ciclo de aperto está à mesa para levar a inflação de volta ao centro da meta.