Sinais inequívocos de aquecimento econômico e a consequente pressão sobre a inflação não deixam muita margem ao Banco Central (BC), a não ser efetuar um ajuste mais duro na taxa básica de juros (Selic), que poderá ser elevada até 12% ao ano, no final de 2024.
Esse é pensamento de consenso de gestores renomados que acompanham, com atenção, os desdobramentos da política monetária tupiniquim. É o caso da JGP e da Legacy para quem 'seria suficiente' uma alta de 1,5 ponto da Selic.
Tal expectativa, porém, está longe de ser consenso entre os investidores, que participaram de painéis da ExpertXP 2024, que foi palco, inclusive, de teses divergentes na matéria. Do ponto de vista mais conservador, o sócio-fundador da Ibiuna Investimentos, Rodrigo Azevedo, 'fazendo coro' aos gestores citados, calibra um reajuste de 1,5 ponto da taxa básica de juros até o fim do ano.
"Eu tenho uma forte preferência de achar que nesse momento do Brasil, o BC tinha que ser proativo. Nossos modelos sugerem que um ajuste na casa de 1,5 ponto percentual [até o fim do ano] seria suficiente para você atravessar esse período de maiores incertezas à frente, com maior segurança de que a inflação está indo para a meta", destacou Azevedo.
Para o sócio-fundador da JGP Asset Management, André Jakurski, por sua vez, o BC precisaria promover um ajuste mais duro, e elevar a Selic para além de 1,5 ponto percentual, caso mire uma meta de inflação de 3%. "O que eu percebo é que [o BC] não está mirando 3% [de meta de inflação], está mirando 4%. Não é que seja a vontade expressa dele, mas na prática, está indo nessa direção", completou Jakurski.