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Economia deverá continuar 'aquecida' no curto prazo

Por Marcello Sigwalt

A despeito das previsões altistas do mercado financeiro para a inflação e iminente alta da taxa básica de juros (Selic), a expectativa de economistas é de que o PIB (Produto Interno Bruto) deverá manter ritmo acelerado no segundo trimestre do ano (2T24), que subiu 1% para o trimestre anterior (1T24) - com alta de 0,8%, no mesmo comparativo trimestral - o que poderá ser confirmado pelo governo, nessa terça-feira (3).

Tal cenário pujante, de acordo com especialistas, seria impulsionado pela demanda interna aquecida, que teria apresentado expansão superior à capacidade produtiva do país, o que acionou um forte aumento das importações.

Ao mesmo tempo, essa perspectiva expansionista propicia questionamentos quanto à sustentabilidade do ritmo de crescimento da economia, turbinado por um mercado de trabalho em evolução e por transferências governamentais de programas de renda.

A economista-chefe do banco Inter, Rafaela Vitória acentua um ponto de preocupação, que diz respeito ao crescimento do consumo acima do potencial de oferta da economia.

"A gente tem um consumo muito aquecido, o que hoje é uma preocupação, e parte desse crescimento foi estimulado por gastos e transferências do governo", afirma Rafaela, para quem, a economia continuará em ascensão nos próximos trimestres, mas com perda de ritmo.

Para o economista sênior do Julius Baer Brasil, Gabriel Fongaro, o que explica a dinâmica recente da economia é 'a demanda interna altamente aquecida e a política fiscal mais expansionista', vide avanço de gastos federais.