Por Marcello Sigwalt
O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), por si só, não é suficiente para garantir a consolidação fiscal do país, mas requer medidas 'efetivas' de contenção de gastos, sobretudo, a partir de 2025. O parecer foi emitido pelo vice-presidente e analista sênior da agência de classificação de risco Moody's Ratings, Samar Maziad, ao analisar a trajetória recente da gestão das contas públicas.
"Assumindo que a dinâmica de crescimento permaneça como esperamos, com 2% ou 2,5% [de alta do PIB], isso vai facilitar a consolidação fiscal, mas sozinho não vai ser o suficiente", atestou a executiva, em coletiva de imprensa realizada após evento promovido pela Moody's na capital paulista.
Ao acentuar a necessidade de a gestão petista da economia adotar 'melhoras pelo lado fiscal, Samar se esquivou de fazer previsões sobre datas específicas quanto a mudanças na classificação de risco (rating) do país, alterada em maio último, da perspectiva de 'estável' para positiva', embora este se mantenha na categoria de grau especulativo, ou seja, aquela que ainda impõe 'risco maior' ao investidor. Segundo ela, um novo anúncio dessa natureza só ocorre, decorridos 12 meses.
Retomando sua análise da problemática fiscal tupiniquim, a vice da Moodys sustenta que a agência "gostaria de ver uma melhoria na performance fiscal do país", acrescentando "que isso passa pelo atingimento da meta fiscal, além da melhora da composição de gastos".
A respeito de eventuais impactos decorrentes na troca de comando do Banco Central (BC) Samar considerou 'normal' que ocorra uma transição de mandato, mas mantém a expectativa de que o BC deve continuar a 'perseguir' a meta de inflação".