Poucas horas antes de o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom/BC) anunciar, nessa quarta-feira (8), a magnitude do corte da Selic (taxa básica de juros), a expectativa do mercado é de que o colegiado 'rache' em relação ao percentual de redução: se meio ponto percentual (0,5 p.p.) ou 0,25 p.p., com maior probabilidade para esta segunda opção.
A provável hesitação entre os membros do Copom estaria relacionada ao impacto da queda da Selic sobre os títulos prefixados e atrelados à inflação, que compõem as carteiras dos investidores.
Caso se confirme a queda 'menor' da taxa básica, a medida seria interpretada por analistas como uma 'leve alta' nos juros de curto prazo, penalizando aqueles títulos de renda fixa prefixados indexados à inflação.
Outro reflexo seria a perda de valor destes papéis no mercado secundário, o que complica o planejamento do investidor, que estaria prestes a se desfazer dessa posição, antes do vencimento.
Tal situação atípica apresentada pelo presente ciclo de corte de juros estaria afetando a rentabilidade de títulos prefixados há meses, uma vez que aqueles que comprou esses títulos quando o BC passou a cortar a Selic, em agosto último, mas agora terá de manter o investimento até o vencimento, sob pena de perder dinheiro.
Essa situação, considerada atípica para o atual ciclo de corte de juros, já vem afetando a rentabilidade de títulos prefixados e atrelados à inflação há meses: quem comprou esses papéis quando o BC começou a reduzir a Selic, em agosto, deverá ser obrigado a levar o investimento até o vencimento para não perder dinheiro.
Como compensação, a consultora de investimentos XP entende ser factível um cenário mais positivo para o investidor, caso o Copom sinalize que pretende manter o ciclo de cortes.
Neste caso, a curva de juros poderá apresentar queda no curto prazo, o que poderia implicar valorização de papéis de curta duração.
Se os juros continuarem altos, predomina uma expectativa favorável para a renda fixa, ponderam analistas da XP, com preferência o títulos atrelados à inflação (IPCA ), cujos retornos de juro real têm sido elevados".