Do ponto de vista do mercado, enquanto procura ampliar seu poder de influência sobre o conselho de administração da petroleira, a posição em favor do pagamento de dividendos contribui para melhorar a imagem da companhia perante os investidores.
Trapalhadas palacianas à parte, a visão pragmática do mercado é favorável à evolução positiva da relação da Petrobras com os investidores. Na avaliação do sócio e especialista em renda variável da Davos Investimentos, Marcelo Boragini, "a Petrobras enfrentou um início de ano turbulento, mas as perspectivas para a companhia estão melhorando", para quem "o recuo do governo na questão dos dividendos reconduz companhia à condição de figurar entre as petroleiras com maior retorno aos investidores, mediante a previsão de pagar entre 12% e 13% do valor das ações em 2025. "É particularmente notável, superando a média do mercado, o que pode tornar a Petrobras um investimento atraente para aqueles com uma visão de longo prazo", completou Boragini.
Reforçando a impressão do especialista da Davos, o chefe de renda variável da Faz Capital, Alexandre Pletes, frisou que "o governo é um dos principais beneficiários desses dividendos, acrescentando que "este fato é relevante considerando a recente mudança na meta fiscal para 2025, visando um déficit zero e a possível utilidade desses dividendos da Petrobras para ajudar a atingir esse objetivo".
Mediante a abrupta mudança de enfoque do governo com relação aos proventos, agora a expectativa do mercado é de que este também sancione a distribuição dos 50% de dividendos restantes, ao longo do próximo ano, conforme a premissa de equilíbrio fiscal. (M.S.)
