Por:

Petrobras 'acorda' para o mercado e retoma dividendos

Petroleira volta a levar a sério compromissos firmados junto aos seus acionistas | Foto: Divulgação

Por Marcello Sigwalt

Agindo rápido contra a queda livre dos índices de aprovação do atual ocupante do Planalto, a ala governista presente à Assembleia Geral Ordinária (AGO) da Petrobras aprovou, nesta quinta-feira (25), a distribuição de 50% dos dividendos extraordinários da companhia, no montante de R$ 36 bilhões (R$ 2,79 por ação).

Esse total será distribuído em duas parcelas, juntamente com o pagamento dos dividendos ordinários. A primeira delas deverá ser paga em 20 de maio (R$ 1,447 por ação, sendo R$ 0,568 referente ao ganho ordinário e R$ 0,878 ao extraordinário), e a segunda, em 20 de junho R$ 1,447 por ação.

A determinação da petroleira representa uma reviravolta, só explicável pela urgência do calendário eleitoral, pois esta havia anuncia, ainda no mês passado, que reteria a totalidade da remuneração extraordinária referente a 2023, que totalizava R$ 43,9 bilhões, que seria direcionado para reinvestimentos, em geral. Na prática, o alegado reinvestimento não deixou de existir, uma vez que, na qualidade de maior acionista da Petrobras, a União fará jus, com a decisão, a receber a 'bagatela' de R$ 6 bilhões.

Fato relevante - Na mesma 'toada revisionista', a petroleira comunicou, por meio de fato relevante, em que aprova R$ 94,3 bilhões em dividendos em 2023 (R$ 2,89 por ação) - resultante da soma das antecipações aprovadas ao longo de 2023 e pagas até março de 2024 (R$ 58,214 bilhões),

A volta atrás federal deixa a impressão, de que está superada a crise em torno do pagamento dos dividendos extraordinários, que quase derrubou o presidente da companhia, Jean Paul Prates, claramente favorável à distribuição dos proventos.