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Mercado e câmbio favorecem proventos

Nicola Pamplona

(Folhapress)

A escalada das cotações internacionais do petróleo e a desvalorização do real frente ao dólar ajudaram a Petrobras a convencer o governo de que a distribuição de 50% dos dividendos extraordinários não terá impacto nos investimentos da companhia.

O pagamento será proposto pelo governo em assembleia de acionistas nesta quinta-feira (25), após um processo conturbado que gerou grande volatilidade sobre as ações da estatal e quase derrubou seu presidente, Jean Paul Prates.

No início de março, quando representantes do governo no conselho vetaram a distribuição dos dividendos, a cotação do petróleo Brent girava em torno de US$ 83 (R$ 431) por barril. Chegou a superar US$ 90 (R$ 468) na última semana, com o aumento da tensão no Oriente Médio, e hoje está em US$ 87 (R$ 452).

O dólar custava pouco menos de R$ 5 e agora é negociado em torno de R$ 5,20. Exportadora de petróleo, a Petrobras se beneficia dos dois movimentos.

No comunicado em que anunciou mudança de percepção do conselho sobre o tema, a empresa citou os dois fatores para o recuo.

O plano atual considerou que o preço médio do Brent ficará em R$ 404 (US$ 80 a um câmbio de R$ 5,05) em 2024, caindo gradualmente para R$ 343 (US$ 70 a R$ 4,90) em 2028.

O cenário mais favorável reduz o risco de descumprimento do plano de investimentos nos próximos cinco anos, que por causa do longo prazo está sempre sujeito a intempéries como quedas abruptas do preço do petróleo, disse uma fonte.