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Despesa federal ameaça o crescimento

Percalços à frente no que se refere ao corte programado dos juros deve comprometer a rota de crescimento da economia nos próximos anos. Essa é a perspectiva traçada por empresários para os próximos meses, em razão da 'política' petista de 'flexibilização das contas públicas', explicitada pela revisão (para pior) das metas fiscais para o ano que vem, pela substituição do superávit de 0,5% do PIB pelo resultado primário zero.

O presidente do conselho de administração da Cosan, Rubens Ometto, acentua que é "preciso administrar bem o ajuste fiscal"

A constatação é de que o arcabouço fiscal nasceu marcado pela dependência automática do aumento da carga tributária.

Já na avaliação do presidente do Grupo Natura, Fábio Barbosa, o Executivo precisaria retomar a pauta da reforma administrativa e uma postura mais prudente e eficiente nos seus gastos".

Segundo o presidente do conselho da Totvs, Laércio Consentino, "mudar o alvo em curto espaço de tempo gera insegurança e dúvida".

Mais incisivo, o presidente da Multilaser, Alexandre Ostrowiecki, afirma que "se as contas do governo não fecham, a consequência é uma combinação de aumento da dívida pública, impressão de moeda e inflação. Isso deprime a confiança no país, suga dinheiro de investimentos produtivos para a ciranda financeira, destrói empregos".

Nesse aspecto Ostrowiecki vê com grande preocupação o viés perdulário e descompromissado com as contas públicas de Brasília. "O foco deveria ser eficiência do Estado, corte de gastos, superávit fiscal e redução nos juros", conclui. (M.S.)