Por:

Petrobras agora quer pagar os proventos

Dividendos: 'Volta atrás' de conselho pode ter origem política | Foto: Divulgação

Talvez motivada pela queda abrupta de popularidade do atual ocupante do Planalto, numa reviravolta completa da negativa fundamentalista petista 'alérgica' à distribuição de dividendos extraordinários, o conselho de administração da Petrobras admitiu distribuir proventos correspondentes até à metade do lucro líquido da petroleira em 2023, na próxima Assembleia Geral Ordinária (AGO), na próxima quinta-feira (25), sob o argumento de que a medida "não comprometeria a sustentabilidade da companhia".

O pagamento de dividendos extraordinários seria efetuado após o cumprimento das alocações às reservas legais e o pagamento de dividendos ordinários.

Tal proposta, defendida pela gestão do atual presidente Jean Paul Prates, poderia envolver ações da Petrobras, além de contribuir com a contas federais.

Segundo fato relevante publicado na última sexta-feira (19), o conselho da estatal estaria 'convencido' da 'financiabilidade' da companhia no curto, médio e longo prazos, assim como da preservação da governança, o que teria 'afastado os temores' de que a citada distribuição comprometeria a capacidade de investimentos da petroleira".

De modo contrário, em reunião no dia 7 de março último, o mesmo conselho havia decidido converter em reserva estatutária de 43,9 bilhões de reais, o montante do lucro remanescente do exercício de 2023 como dividendo extraordinário.

Bem distante do quadro atual, o conselho de administração da petroleira havia 'fechado posição', no que toca à retenção da totalidade dos R$ 44 bilhões de dividendos extraordinários.

Três usinas - Enquanto o polêmico pagamento de dividendos extraordinários pela AGO não se concretiza, a Petrobras anunciou a construção de usinas e geração solar em três de suas refinarias, visando reduzir as emissões de gases do efeito estufa. A previsão é de que as novas unidades, com capacidade total de 48 megawatts (MW), devem entrar em operação no ano que vem.

Para o mercado, o anúncio representa uma iniciativa com vistas a reduzir emissões de combustíveis fósseis. (M.S.)