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Selic: ritmo de corte deve ser reduzido

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom/BC) deverá 'frear' o ritmo de cortes da taxa básica de juros (Selic) já a partir da reunião de maio próximo (dias 7 e 8), por conta das incertezas geopolíticas globais, mas também pela deterioração fiscal interna, admitiu, nessa quarta-feira (17), o presidente do BC, Roberto Campos Neto, durante evento em Washington (EUA).

Na ocasião, ele reafirmou o compromisso da autoridade monetária de fazer a convergência da inflação à meta central de inflação, fixada em 3% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Até poucos dias atrás, antes da mudança drástica do cenário-base (tanto aqui quanto lá fora), a expectativa consensual do mercado era de que a redução do ritmo de cortes da Selic ocorreria apenas, a partir de junho, sendo mantido, até então, o corte de 0,5% ponto percentual (p.p.) para o próximo mês.

Essa dinâmica foi inteiramente alterada pelos desdobramentos do conflito no Oriente Médio, após o ataque maciço de centenas de drones e mísseis balísticos iranianos contra Israel, no último sábado, seguido, no país, de medidas de afrouxamento fiscal tomadas pelo Planalto em relação às metas de 2025 e 2026.

Para reforçar o novo quadro externo, o Federal Reserve (Fed), o bc ianque, deve 'segurar' o corte dos juros nos EUA, face à 'resilientemente' alta inflação (em especial, dos serviços) estadunidense.

'Acusando' o golpe, o dólar bateu a casa dos R$ 5,28, sua maior cotação em um ano. No que toca à política monetária, a conclusão é que o colegiado segurará os cortes, não mais em 0,5 p.p., mas em 0,25 p.p.. (M.S.)