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FMI prevê deterioração fiscal do país nos próximos anos

Organismo multilateral exibe previsão sombria para as contas públicas nacionais | Foto: Divulgação

Por Marcello Sigwalt

O desajuste fiscal da gestão petista deve se manter em 2024 e piorar nos próximos anos, em que pese o anúncio recente de mudança da meta fiscal (que encolheu de um superávit de 0,5% do PIB para déficit zero para 2025) pela equipe econômica.

Este é o cenário projetado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), para quem tal situação negativa das contas públicas perdurará até o fim do mandato lulista.

Segundo o relatório Monitor Fiscal do Fundo, divulgado nessa quarta-feira (17), o país deverá encerrar o ano com um déficit primário de 0,6% do PIB e de 0,3%, em 2025. Tais resultados representam uma deterioração ante à versão anterior, que previa déficit primário de 0,2% do PIB e um superávit primário de 0,2% do PIB, respectivamente.

Ao contrário do anunciado pelo Executivo, nem em 2024 e nem no próximo seria atingido o resultado primário zero, mas somente em 2026, quando o ex-torneiro mecânico deve deixar a Presidência. 'Azul' mesmo, só daqui a três anos, mediante um provável superávit de 0,4% do PIB, tendência positiva que deverá se manter até 2029.

O que não deve melhorar é a relação entre a dívida pública e o PIB, que seguirá em trajetória explosiva, no curto e médio prazos, chegando ao fim deste ano em 86,7% do PIB, salta para 89,3% do PIB em 2025, atinge 90,9% do PIB em 2026, até bater 93,4% do PIB em 2028 (na versão anterior, bateria 96% do PIB). Tal disparada coloca o país tupiniquim em condição de endividamento pior do que países, como Egito e Ucrânia (média de 70,3% do PIB), uma vez que, na visão do Fundo, o novo arcabouço fiscal não será capaz de estabilizar a dívida brasileira.

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