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Contrabando 'surrupia' R$ 453,5 bi/ano

Ilegalidade subtrai mais de 370 mil empregos por ano | Foto: Divulgação

Todos os anos, o país sofre de uma sangria de R$ 453,5 bilhões (4,16% do PIB), em decorrência de ações ilegais (contrabando, pirataria, roubo, concorrência desleal por fraude fiscal, sonegação de impostos, além de furtos de energia e água).

A cifra astronômica faz parte do levantamento "Brasil Ilegal em Números", elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em conjunto com a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). Do montante citado, R$ 136 bilhões em impostos não arrecadados pelos governos e outros R$ 297 bilhões por perdas em 16 setores econômicos.

Segundo o diretor da Fiesp e da Firjan na área de segurança, Carlos Erane de Aguiar, "a cifra de R$ 453,5 bilhões é um desastre nacional, que atinge todo cidadão, governos municipais, estaduais e União. São recursos que equivalem a todo o Produto Interno Bruto (PIB) do estado de Santa Catarina, por exemplo".

Há a sequela imposta ao mercado de trabalho, que perde 370 mil vagas formais com carteira assinada em 2022, afetando setores, como audiovisual (filmes), bebidas alcoólicas, brinquedos, celulares, cigarros, combustíveis, fármacos, cosméticos e higiene pessoal, defensivos agrícolas, material esportivo, óculos, PCs, perfumes importados, TV por assinatura e vestuário.

No ranking setorial de perdas, o mais prejudicado, prossegue o estudo, é o de vestuário, que amargou a perda de 67 mil trabalhadores em 2022, como também o farmacêutico e o de combustíveis, que deixaram de empregar 20,7 mil e 15,5 mil trabalhadores, respectivamente.

De igual forma, a entrada de produtos ilegais de outros países é um problema recorrente sem perspectiva de solução. Somente no ano passado, conforme balanço aduaneiro do país, a Receita Federal realizou 17.627 operações de combate ao contrabando, descaminho e importação irregular de mercadorias estrangeiras, o que correspondeu à apreensão de R$ 3,78 bilhões em mercadorias ilícitas em todo o país, uma 'gota no oceano', equivalente a 1% do total movimentado pelo comércio ilegal no país. (M.S.)

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