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Dólar dispara com crise fiscal: R$ 5,28

O conjunto formado por incertezas externas múltiplas com dúvidas internas crescentes quanto à questão fiscal 'turbinou' a alta de 1,84% do dólar, que bateu a marca de R$ 5,28, na manhã desta terça-feira (16), maior patamar da moeda ianque, desde maio do ano passado. Má notícia para o mercado de capitais, pois, ao mesmo tempo, o Ibovespa - principal índice da B3 (B3SA3) - recuava 0,76% aos 124.386,78 pontos, no final da manhã.

Além de refletir o momento negativo dos mercados globais - agravamento do conflito no Oriente Médio e a pressão sobre os preços do petróleo - o cenário tupiniquim sentiu o 'peso' do desconforto do mercado em relação à mudança da regra para a meta de resultado primário (receitas menos despesas, antes do pagamento dos juros da dívida pública) para 2025, que recuou de um superávit de 0,5% do PIB para déficit zero, repeteco para este ano. Para piorar as expectativas da banca tupiniquim, a meta de superávit de 1% do PIB, foi adiada de 2026 para 2028.

Do ponto de vista 'gringo', a situação também é ruim, haja vista que muitos investidores estrangeiros têm preferido trabalhar com moeda à vista, para depois deixar a bolsa brasileira, como sinal de deterioração da percepção externas ante às contas públicas nacionais.

A respeito do recuo na bolsa (de 86, somente cinco subiram ontem, 16), o estrategista-chefe do Grupos Laatus, Jeferson Laatus admitiu que "o fiscal está incomodando bastante, à medida que se confirma um cenário complicado das contas públicas. E agora tem as incertezas crescentes no exterior pelas preocupações geopolíticas". O economista-chefe da Reag Investimentos, Marcelo Fonseca, prevê que o BC subirá a Selic para 11,5% em 2025. (M.S.)

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