Por Marcello Sigwalt
Reflexo imediato da mudança (para pior) da meta fiscal pelo governo, o boletim Focus - consulta semanal do Banco Central (BC) às 100 maiores instituições financeiras do país - recuou de 3,76% para 3,71%, da projeção para o IPCA para este ano, mas subiu de 3,53% e 3,56% para 2025, o chamado 'horizonte relevante' pela autarquia, no que toca à convergência da taxa à meta de inflação, fixada em 3% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para os anos de 2026 e 2027, ela permaneceu a previsão de 3,50%.
Em compasso com o avanço inflacionário para o ano que vem, a taxa básica de juros (Selic) projetada para este ano, após permanecer estável por 15 semanas, passou de 9% ao ano para 9,13% ao ano. A taxa para 2025 continua, como há 19 semanas, em 8,50%, mesmo patamar para 2026, há 37 semanas, e para 2027, por 36.
Enquanto a carestia é incerta e os juros sobem, o PIB para este ano deve avançar, crescendo de 1,9% para 1,95%, ao passo que o prognóstico para 2025 permanece, como há 18 semanas, em 2%, mesmo percentual para 2026, há 36 semanas, e para 2027, há 38 semanas.
Ainda sem refletir, de imediato, a disparada cambial, pela reação negativa à meta fiscal de resultado primário zero para 2025, o dólar deve fechar 2024 a R$ 4,97 e não mais em R$ 4,95, da semana anterior. Para 2025, a moeda ianque foi mantida em R$ 5.
Para o Focus, o resultado primário deste ano foi mantido em um déficit de 0,70% do PIB, assim como continuou em -0,60% do PIB para 2025 e em -0,50% do PIB para 2026, exceção feita para 2027, que 'melhorou', indo de -0,25% do PIB para -0,20% do PIB.
Em nova queda, a projeção para a balança comercial brasileira para 2024 'encolheu' de US$ 80,50 bilhões para US$ 79,75 bilhões, ao passo que esta subiu ligeiramente, de US$ 74,55 bilhões para US$ 75 bilhões para o ano que vem.
