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FMI: país crescerá menos que o planeta

Avanço da economia brasileira não alcança média externa | Foto: Divulgação

Por Fernanda Perrin (Folhapress)

O FMI (Fundo Monetário Internacional) revisou novamente para cima as projeções para o crescimento da economia brasileira neste ano e no próximo. As novas estimativas do fundo, divulgadas nesta terça-feira (16), são de uma alta de 2,2% e 2,1% um aumento de 0,5 p.p. e 0,2 p.p, respectivamente, em comparação com a análise feita em janeiro.

Os percentuais, no entanto, permanecem abaixo da projeção de crescimento da economia global, que seguiu praticamente inalterada no relatório desta terça, de alta de 3,2% neste ano e no próximo, de acordo com o relatório World Economic Outlook.

Em comparação com a América Latina e o Caribe, o desempenho do Brasil é ligeiramente acima da média prevista para este ano na região, de alta de 2%, mas abaixo da previsão para o próximo, quando deve crescer 2,5%.

Na visão do fundo, o crescimento observado de 2,9% do PIB brasileiro no ano passado deve desacelerar em razão da consolidação fiscal, efeitos tardios do ciclo mais recente de alta de juros pelo Banco Central, encerrado no ano passado, e uma contribuição menor do agro para a atividade econômica.

O cenário nacional ilustra em certa medida a leitura do fundo para a economia global: conforme os países se aproximam de suas metas de inflação e afrouxam os juros, a tônica passa a ser agora uma política fiscal mais restritiva, com alta de tributos e corte de gastos, desaquecendo o crescimento recente.

"As proporções da dívida em relação ao PIB, que aumentaram na pandemia, permanecem elevadas, e grandes déficits orçamentários continuam a aumentar o custo da dívida em muitas economias", alerta o FMI.

O peso do pagamento dos juros da dívida sobre a receita total dos governos tem dificultado investimentos necessários para impulsionar o crescimento, afirma o relatório.

"Nos países de baixa renda, estima-se que os pagamentos de juros equivalem a 14,3% das receitas totais do governo em 2024, cerca de duas vezes o nível de 15 anos atrás", completa.

Ao endividamento se somam outros fatores: custo de crédito alto, sequelas da Covid e tensões geopolíticas.

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