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'Lulinha paz e amor', mais para os ricos

Fernando Canzian (Folhapress)

O Brasil não repetirá nos próximos anos a forte migração de membros da classe D/E para a C dos dois primeiros mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entre 2003 e 2010. Naquele período, a expansão da classe média, ou C, foi a principal marca deixada pelo presidente.

Desta vez, será a classe A e em menor grau a B as maiores ganhadoras devido a uma conjuntura de taxas de juro elevadas, baixo dinamismo da economia e espaço limitado no orçamento público para aumentar transferências de renda aos mais pobres.

Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano -algo que já ocorreu em 2023. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

A massa de renda é composta pela soma do rendimento habitual de todos os trabalhos, de transferências do Bolsa Família e benefícios sociais, da Previdência e de outras fontes de renda, como juros e dividendos.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado, que farão a diferença. Embora haja a expectativa de alguma queda da taxa básica de juro, a Selic (hoje no patamar de 10,75% ao ano) deve continuar relativamente alta.

O quadro piorou na semana passada, com a perspectiva de que os EUA, por causa de inflação elevada, mantenham seus juros altos por mais tempo, forçando emergentes a fazer o mesmo.

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