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IBGE: safra deverá cair 5,4% este ano

Queda da produção de soja contribuiu para recuo da safra | Foto: Divulgação

Pela primeira vez, em vários anos, a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas deste ano (298,3 milhões de toneladas) deverá apresentar queda (-5,4%) em relação ao ano passado (315,4 milhões de toneladas), conforme aponta estimativa do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgada, nessa quinta-feira (11) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas). Essa previsão mais recente é 0,8% (menos 2,3 milhões de toneladas) inferior à divulgada em fevereiro.

Um dos fatores determinantes para o novo declínio é o recuo de 1,6% da projeção de produção de soja, na passagem de fevereiro para março, que agora deve totalizar 146,9 milhões de toneladas. No comparativo anual, a retração chega a 3,3%. A frustração de prognósticos decorre, sobretudo, pelo fenômeno climático El Niño.

O gerente do LSPA, Carlos Barradas explica que "em novembro e dezembro, houve muitos problemas climáticos: choveu muito no Sul, enquanto no Centro-oeste faltou chuva. Então houve quebra de produção, principalmente da soja e da primeira safra do milho. Como os preços do milho caíram, os produtores estão reduzindo a área de plantio, o que afetou a segunda safra".

De modo semelhante, o prognóstico para o milho neste ano deve baixar 0,6% (no comparativo anual) contabilizando 116,1 milhões de toneladas, ao passo que, ante igual mês do ano passado a queda soma 11,4%, já consideradas as duas safras.

Nesse caso, Barradas acentua que "por outro lado, com a queda dos preços do milho, alguns produtores deixaram de lado essa produção para plantar algodão, que teve um crescimento de 2,3% em relação ao estimado no mês passado e de 8,0% na comparação com 2023. É um recorde de produção".

A safra de arroz, por sua vez, deve aumentar 1,7%, no comparativo anual, alcançando 10,5 milhões de toneladas. Somada, a trinca composta por soja, milho e arroz respondem por 91,6% da produção de grãos no país. Já a produção do feijão deve crescer 3,3 milhões de toneladas, somando as três safras, ou uma alta de 2,8%, no comparativo mensal, e de 11%, no comparativo anual. (M.S.)

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