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BC: inflação de serviços é persistente

Em que pese a queda de preços, sobretudo nos núcleos inflacionários de boa parte dos países emergentes (entre eles, o Brasil), persiste forte a elevação da inflação do setor de serviços, admitiu, nessa quarta-feira (3), o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, ao comentar que "alguns bancos centrais estão tentando entender se há relação entre mão de obra apertada e os preços de serviços".

A declaração do dirigente do BC, durante o "10º Brazil Investment Forum", organizado pelo Bradesco BBI, em São Paulo, ocorre apenas duas semanas após o Comitê de Política Monetária (Copom) reduzir em meio ponto percentual (0,5 p.p.) - de 11,25% ao ano para 10,75% ao ano - a taxa básica de juros (Selic), o sexto corte seguido, desde que a redução desta foi iniciada, em agosto do ano passado.

Depois de encerrar 2023 em 4,62%, neste ano, o sinal de atenção foi dado pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) - o índice oficial de inflação - que praticamente dobrou, ao saltar de 0,42% em janeiro, para 0,83% em fevereiro.

Ao admitir que, do ponto de vista da inflação global, "há uma figura mais complicada dos núcleos de inflação de ponta", Campos Neto explicou que, "enquanto os núcleos caem em velocidade menor, em alguns países, em outros, estes estacionaram e, em alguns, eles voltaram a subir um pouco".

A conclusão do dirigente monetário é de que o cenário de inflação global ficou mais difícil no último mês e meio, lembrando que o processo de desinflação teria sido puxado pelos preços de alimentos e energia, num contexto de pleno emprego. (M.S.)

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