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Preços industriais ensaiam recuperação

Retomada do IPP sucede a três quedas seguidas | Foto: Arquivo - Agência Brasil

Sinalizando viés de recuperação, os preços da indústria registraram o primeiro resultado positivo, após três meses no campo negativo, ao avançarem 0,06%, na passagem de janeiro para fevereiro últimos, embora o indicador ainda acumule queda de 5,16% em 12 meses e recuo de 0,18% no ano, segundo a pesquisa de Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgada nessa terça-feira (2) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Ante igual mês de 2023, apurou-se queda de 0,29%.

A tendência positiva de fevereiro deste ano pôde ser percebida, em 14 das 24 atividades investigadas pelo IPP, com destaque para a contribuição, para o índice geral, dos seguintes segmentos: metalurgia (0,12 ponto percentual), indústrias extrativas (0,09 p.p.) e refino de petróleo e biocombustíveis (0,08 p.p.).

Do ponto de vista negativo, porém, a maior influência veio do setor de alimentos (-1,42%), que exibiu baixa de -0,35 p.p., em decorrência da queda nos preços de produtos derivados da soja, do arroz e carnes de bovinos frescas.

Na avaliação do gerente de análise e metodologia do IBGE, Alexandre Brandao, "houve a entrada da safra da soja e do arroz e um aumento do efetivo do gado para abate. Isso torna os preços mais baratos para a indústria", ao fazer a ressalva que, "se não fosse pelo resultado negativo do setor de alimentos, que pesa cerca de 25% da indústria, o índice teria crescido mais em fevereiro".

Terceiro resultado positivo consecutivo, os preços do setor de metalurgia cresceram 2,03% ante janeiro, maior taxa para a atividade, desde maio de 2022 (2,05%), sob influência de aumentos verificados em produtos do grupo de metais não ferrosos, que refletem as variações de câmbio e dos preços dos insumos.

"Houve aumento dos preços do minério de ferro, depois de ter registrado queda em um ambiente internacional muito hostil", observa Brandão, ao apontar a depreciação do real diante do dólar em fevereiro como um dos fatores que explicam a alta.

Já as indústrias extrativas subiram 1,79%, marcando o terceiro avanço seguido, o que corresponde a uma alta acumulada de 6,52% no ano. (M.S.)

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