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Selic: mudança em cortes sem prazo

Prazo para alteração do ritmo de cortes persiste indefinido | Foto: Divulgação

A título de esclarecimento, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, explicou que a posição emitida por alguns diretores da autoridade monetária, no sentido de 'frear' o ritmo de flexibilização monetária, em curso, não se referia, em específico, à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de junho próximo (dias 18 e 19 do mês).

A intervenção do dirigente da autarquia faz menção a declarações de membros do colegiado, incluídas na ata do Comitê, para quem, caso a incerteza elevada permanecer no futuro, seria mais 'apropriado' adotar um "ritmo mais lento de corte de juros"

Na avaliação de Campos Neto, este trecho do documento pressupõe a intenção do BC de optar por maior transparência dos debates que ocorrem no Copom, ao esclarecer que a discussão sobre o ritmo (de corte da Selic) envolveu o horizonte deste, mas não se referia especificamente à reunião de junho próximo. "Houve um questionamento sobre o ritmo e o caminho do ciclo que nos levaria mais longe e com maior certeza", arrematou o presidente do BC.

Ao salientar que os argumentos com relação à Selic foram emitidos por dois ou mais diretores do colegiado, Campos Neto comentou que "o Copom não está dividido, a decisão foi unânime. Tentamos abrir na ata um debate sobre visões futuras, em que existiam opiniões diferentes", acrescentando que a 'gente' tentou ser mais transparente".

Ao mesmo tempo, o presidente do BC admitiu que o nível de incertezas, tanto internas, quanto no exterior, aumentaram, o que levaria a autoridade monetária a se tornar mais 'dependente' de dados. Em que pese tal constatação, Campos Neto acentuou que o cenário-base do BC "não mudou substancialmente".

Ainda sobre a elevação das 'incertezas macroeconômicas', que teriam motivado a alteração do ritmo de cortes da Selic, a partir de junho (também chamado de forward guidance), o presidente do BC avaliou que tal instrumento tem benefícios, mas impõe custos. Como vantagem, segundo ele, este método permite que se guie as expectativas do mercado quando 'há convicção' sobre o ambiente econômico. (M.S.)

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