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Autonomia do BC: só fora da mídia

Em resposta à crítica aberta disparada pelo 'amigo' ministro da Fazenda, Fernando Haddad (por discutir com o presidente, e não com ele, a questão da autonomia da autoridade monetária), o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto defendeu que a questão não seja mais discutida pela imprensa.

"Esse tema não é para ser tratado na mídia, foi o que combinei com o ministro Haddad", declarou Campos Neto, ao abordar o tema, na coletiva de imprensa a respeito do Relatório Trimestral de Inflação (RTI).

Ao enfatizar que a proposta de emenda constitucional relativa à autonomia financeira do BC não foi encaminhada pela autarquia, mas pelo Legislativo, o dirigente do BC explicou que sua atuação é no sentido de "aproximar" ao governo a ideia apresentada no Congresso. "Onde puder, o BC vai ajudar a fazer a conexão entre governo e Congresso, mas não foi um projeto encaminhado pelo Banco Central, mas sim pelo Legislativo", completou.

Ao mesmo tempo, Campos Neto considera um erro o entendimento de que a proposta de autonomia financeira 'visaria só a remuneração dos servidores', argumentando que se trata de uma proposta de modernização administrativa que permita à autarquia avançar seus projetos de inovação, como é o caso do Pix. Nesse sentido, ele lembrou que 90% dos bancos centrais que possuem autonomia operacional também dispõem de autonomia financeira.

Por fim, Campos Neto acentuou que o orçamento do BC para projetos, por exemplo, "é um quarto do que era quatro anos atrás, em valores nominais", acrescentando que "claramente, não é suficiente". (M.S.)

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