Por Marcello Sigwalt
Pior resultado da série histórica para o mês em 28 anos, as contas do governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social) apuraram, em fevereiro último, déficit primário de R$ 58,444 bilhões, montante que é 37,7% superior ao registrado em igual mês do ano passado, de R$ 40,614 bilhões.
Segundo o Tesouro Nacional, tais resultados decorrem de uma alta real de 27,4% na despesa total que, no mês passado, atingiu R$ 190,938 bilhões, ao passo que a receita líquida - que não inclui transferências para governos regionais - teve crescimento real de 23,4%, totalizando R$ 132,494 bilhões.
Em nota, o Tesouro acentua que "o aumento real nas despesas totais decorre, principalmente, do pagamento de precatórios, no montante de 30,1 bilhões de reais".
Como resultante desse desempenho, o resultado primário no mês passado acumula déficit de R$ 252,9 bilhões no período de 12 meses, em valor já corrigido pela inflação, o que corresponde a 2,26% do Produto Interno Bruto (PIB).
Se considerado o primeiro bimestre deste ano (1B24), porém, o governo central obteve superávit de R$ 20,941 bilhões, bem abaixo dos R$ 38,292 apresentados em igual período do ano passado.
De acordo com previsão divulgada esta semana, o governo central deverá encerrar 2024 com um déficit primário de R$ 9,3 bilhões, o que estaria inserido na margem de tolerância estabelecida pelo arcabouço fiscal.
Na avaliação do secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, por ser 'expressivo', o crescimento da receita este ano "reforça sinais de que o país tem uma atividade robusta".
