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Custos industriais sobem 4% no 4T23

Gastos com salários e tributos contribuíram no avanço | Foto: Divulgação

Interrompendo uma sequência de cinco quedas consecutivas, o Indicador de Custos Industriais (ICI) avançaram 4% no quarto trimestre do ano passado (4T23), ante o trimestre anterior (3T23), acima do Índice de Preços do Produtor (IPP) - medido pelo IIBGE - e se situa 30,1% acima do patamar pré-pandêmico.

A informação foi divulgada, nesta quarta-feira (27), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), ao apontar como fatores para o avanço, gastos crescentes com salários e tributos. O ICI faz a medição dos gastos do setor industrial com a produção (incluindo energia, pessoal e insumos), juntamente com o capital e o custo tributário.

Somente na passagem do terceiro para o quarto trimestre do ano passado (4T23/3T23), os custos tributários cresceram 10,3%, enquanto o custo de produção aumentou 3,9% e o custo com capital recuou 5,6%. Tais quedas, no entanto, não foram suficientes para reverter a elevação exibida pelos demais componentes do indicador.

A economista da CNI, Paula Verlangeiro observa que a expansão dos custos industriais, em patamares superiores ao IPP (que mede os preços das mercadorias vendidas pela indústria de transformação), atesta uma redução de 2,4% do índice de lucratividade da indústria brasileira 4T23. "Esse movimento ocorreu dado que a alta de preços das mercadorias vendidas pela indústria de transformação, de 1,5%, foi menor que o aumento de custos industriais, de 4%", completa Paula.

Também confirma essa tendência ascendente o fato de que os três componentes do custo de produção terem apresentado elevação, na passagem do terceiro para o quarto trimestres, em que o custo de pessoal, ao subir 13,1% no trimestre, foi o que mais pesou no índice geral. "O aumento do custo com pessoal foi influenciado pela alta da massa salarial. Embora seja um movimento sazonal, típico do quarto trimestre do ano, este foi o terceiro aumento consecutivo da massa salarial, que pode ser explicado pelo mercado de trabalho aquecido", acentua economista da Confederação.

Já alta de 1,7% no custo com bens intermediários foi 'puxada' pelo aumento de 2,3% do custo com bens intermediários nacionais. (M.S.)

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