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Copom: ritmo de corte da Selic até maio

Cautela passou a ser a 'palavra de ordem' do colegiado | Foto: Divulgação

Como já esperado pelo mercado, a ata do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom-BC), cujo teor foi divulgado, nessa terça-feira (26) pela autoridade monetária, deixou claro que novo corte de meio ponto percentual da Selic (taxa básica de juros) - hoje em 10,75% ao ano - só deverá ocorrer na próxima reunião do colegiado, em maio.

A partir de então, o ritmo menor ou maior de queda da taxa dependerá do grau de incerteza, do mercado de trabalho aquecido e do avanço da economia. A perspectiva aponta para uma redução dos cortes, a partir de junho, interrompendo o ciclo de cortes de meio ponto percentual, desde agosto do ano passado.

O tom moderado do BC ante à Selic é ressaltado pelo economista-chefe da Austin Rating, Arno Agostini, para quem, mais do que indicar um ritmo de cortes menor, o BC emitiu sinais claros de que "quer ter liberdade para tomar decisões", mediante uma postura mais moderada na flexibilização monetária, mas também na manutenção dos cortes atuais, a depender do cenário macroeconômico.

"O Banco Central explica, no parágrafo 22, por que mudou a comunicação, e mostra que, neste momento, é preciso mais flexibilidade para a condução da política monetária. A flexibilização é dar meio ponto na próxima reunião e depois acompanhar o cenário. O BC está entrando em um terreno mais desconhecido", avaliou o economista-chefe da Austin Rating.

Sobre a adoção de um ritmo mais lento de distensão monetária, admitido pelo Comitê, caso persistam 'incertezas elevadas no futuro', o economista-chefe da G5 Partners, Luís Otávio Leal interpretou isso como um recado: "Se as incertezas tanto internas, quanto externas continuarem altas, como estão agora, provavelmente o Copom vai reduzir o ritmo para 0,25 ponto percentual", adiantou.

Comedido, o tom de um trecho da ata ressalta que "o Comitê reforça a necessidade de perseverar com uma política monetária contracionista até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas". (M.S.)

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