(Folhapress) - Os impostos sobre produtos, que respondem por cerca de 40% da arrecadação nacional, registraram no ano passado a menor participação no PIB (Produto Interno Bruto) desde 1998. O resultado reflete o baixo desempenho da indústria manufatureira, setor que responde pela maior parte da arrecadação, e a intervenção do governo Jair Bolsonaro (PL) no ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) estadual, um dos principais impostos do país.
Em 2023, o PIB foi puxado pela agropecuária e, em menor medida, pelos serviços, setores mais desonerados.
O valor calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para quem a tributação da produção brasileira correspondeu a 14,4% do valor agregado ao PIB pelos três grandes setores econômicos (agropecuária, indústria e comércio) em 2023. Esse é o menor valor para o ano fechado desde 1998, quando correspondia a 13,7%.
Quando se considera o valor de todo o PIB, incluindo também os impostos, a participação é de 12,6%. Nesse caso, o resultado também é o menor em 25 anos.
Os dados incluem apenas os impostos sobre produtos líquidos de subsídios, que correspondem a menos da metade da arrecadação conjunta de governo federal, estados e municípios.
Segundo o Tesouro Nacional, a carga tributária considerando todos os tributos do país era de 33,7% do PIB em 2022, dado mais recente.
O PIB cresceu 2,9% no ano passado, com aumento de 3% no valor da produção e de 2,1% nos impostos sobre produtos, segundo o IBGE.